BONITINHA

Escrevo para a opacidade de seu olhar tão ausente,
Amaldiçoado, copioso censor, dentro, vivo de lamento.
Recorda seus pedidos quando me ordenava cuidados?
Você os dizia encantando-me: olhe, veja, repare, atente,
perceba amor o contraste da cor, o desenho, o movimento.
E esguia assim labiosa planejou sua partida, confesse.
Camuflando-se na sombra dos móveis silenciosamente
pode esgueirar-se sem os acenos de seus pés delicados.
Anunciando-me o frio abandonou-me como se eu pudesse
suportar sua ausência distraindo-me de beleza somente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário