CERTEZA

Quando a seda branca de suas cortinas
dançando curvas inconstantes e ataques
de intensas peçonhas e gozos repentinos
desgastar todo o metal de suas janelas.

E o sorriso ou pranto de minha filha
notados como vestígios imprecisos
vazios dispersos e vagos do desejo
não compreender no pai compaixão.

Serão sinais distintos exatos,
ora do tempo, ora do amor,
de que esqueci...

Entretanto, os vinhos não se esgotam
fluem insanas vãs permanências vivas
suspendendo tronco antigo e marrom
permitindo surgir ninhos de avencas
e nas noites o sono aproxima-se frio
faminto animal que indeciso escolhe
a mão dolorida e suporta seu destino
descansando arco de sua boca fechada.
Invadem narinas as tardes de dezembro,
as pontas amoras finas de seus mamilos,
a levemente ácida cor rosada de seu sexo,
a sua totalidade, seus risos nas manhãs
de beleza... sua poesia ausente de versos.

Quando a seda branca de suas cortinas
desgastar todo o metal de suas janelas
e o sorriso ou pranto de minha filha
não compreender no pai compaixão.
Serão sinais distintos exatos,
ora do tempo, ora do amor,
de que esqueci...

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