Hoje, amanhecemos cobertos de orvalho,
nosso cheiro humano atravessa liberto
as saídas, cantos e entradas da morada,
percorre montanhas, vales e planos.
Sentimos caminhando as palavras
nas redes de veias
escondidas.
Pronunciamos interiormente balbucios
infantis, permanecemos lascivos,
vãos, incrédulos perante a ordem.
Parcos de tanto trabalho orgânico,
fracos, carbônicos, transparentes,
sonâmbulos de imensos sonhos,
imóveis, maculados e com sono.
Hoje ao meio-dia do sol a pino
precisaremos ir até a fonte
colher água fresca para animais.
Por continuidade dependente e viva
sentirão sede e nos aguardarão aflitos.
Iremos. Iremos descalços, lentos, pensativos
sobre a sombra, razão e crença procurando
nos passos naturais desse silêncio.
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